O
tempo, o ritmo. Tudo tem um tempo e um ritmo. O
ideal é conseguir, em cada contato, escutar o ritmo e respeitar o tempo
(o seu
próprio, o dx outrx e o do encontro). No entanto, a ansiedade parece um
botão de forward no nosso tempo. Eu não conheço bem meu tempo, eu só o
sinto, mas não
tenho controle sobre ele, e nem sobre as coisas que influenciam meu
tempo, como
as obrigações, as situações com as pessoas…
O tempo da fala não é o mesmo do pensamento.
E o tempo do pensamento não é o mesmo do
sentimento.
Pro sentimento virar pensamento leva um tempo.
E pro tempo conseguir levar um sentimento, precisa de muito pensamento.
Mas, se tudo tem tempo e ritmo, a gente nunca está
paradx, é só aguçarmos a escuta que uma música se organiza e uma dança a
acompanha.
Eu escuto o mar batendo, as ondas suaves. Domingo
em SP. As ondas são carros que passam ao longe e rasgam o ar, como as ondas. O
burburinho ao longe, eu juro que é parecido.
Nos dias de semana, a cidade pela manhã, o som é tão louco. É tão claro o momento em que começa o ronronar dos motores, no começo mais esparsos, sons de carros passando, depois uma massa sonora, um diapasão, o tom do dia é dado pelos motores. Parece que o sol veio e apertou o botão que liga a máquina una, aquela que começa a funcionar quando todas as máquinas estão funcionando juntas.
O ritmo das pessoas é diferente. Mesmo entrando no
ritmo da cidade, ou da aldeia, cada pessoa carrega seu ritmo, seu tempo. E na
verdade cada pessoa pode ter vários ritmos… e eles podem ir mudando. Não é uma
questão de entender, porque entender é impossível, mas de sentir, de pulsar, de
batucar junto.