Rio de Janeiro – 15/10/13

Mesinhas na praia… uma mesa só de mulheres ao nosso lado faz escândalo pra chamar o garçon. Ele vem e a menina morena de cabelos cacheados e soltos, no seu sotaque carioca mais caprichado, pergunta:

–  Você tem facebook?

A mulher mais velha diz:

– Era isso que a gente queria pedir, moço, o seu facebook.

Burburinho, as mulheres começam a falar entre si, de repente salta a voz da morena mais interessada:

– Você tem namorada?

O menino garçon estava num misto de timidez e êxtase. Não sabia que cara fazer, mas sua alegria mal podia ficar contida no seu corpo ali parado.

As meninas se apresentaram, eram todas da mesma família, a mais velha era tia ou mãe de quase todas. O menino se apresentou: “sou o dono do bar”. E convidou-as para voltarem mais vezes. Elas, sem titubear, avisam:

– Olha que a gente volta mesmo!

– É ruim da gente não voltar…

Eu e o Cadu, na mesa ao lado, temos que esperar o desfecho da história para conseguirmos pedir nossa cerveja.

A mulher mais velha se aproxima carinhosamente do garoto e diz:

– Quando a gente voltar, meu marido gosta de trazer o isoporzinho dele. Tudo bem deixar aqui?

O menino diz que sim, mas que tem que consumir alguma coisa.

Ela emenda:

– Então tá, quando a gente vier, a gente fala com você!

… Tudo resolvido, todos felizes! A menina fez seu contato, a mulher garantiu o isopor do marido, o garçon ganhou popularidade! Eu e o Cadu chamamos, então, o garçon. Até então estávamos esperando e acompanhando o empoderamento desse grupo de mulheres. O garçon não ligou para nós… depois dessa, não seria tão fácil conseguir a atenção dele.