Mesinhas na praia… uma mesa só de mulheres ao nosso lado faz escândalo pra chamar o garçon. Ele vem e a menina morena de cabelos cacheados e soltos, no seu sotaque carioca mais caprichado, pergunta:
– Você tem facebook?
A mulher mais velha diz:
– Era isso que a gente queria pedir, moço, o seu facebook.
Burburinho, as mulheres começam a falar entre si, de repente salta a voz da morena mais interessada:
– Você tem namorada?
O menino garçon estava num misto de timidez e êxtase. Não sabia que cara fazer, mas sua alegria mal podia ficar contida no seu corpo ali parado.
As meninas se apresentaram, eram todas da mesma família, a mais velha era tia ou mãe de quase todas. O menino se apresentou: “sou o dono do bar”. E convidou-as para voltarem mais vezes. Elas, sem titubear, avisam:
– Olha que a gente volta mesmo!
– É ruim da gente não voltar…
Eu e o Cadu, na mesa ao lado, temos que esperar o desfecho da história para conseguirmos pedir nossa cerveja.
A mulher mais velha se aproxima carinhosamente do garoto e diz:
– Quando a gente voltar, meu marido gosta de trazer o isoporzinho dele. Tudo bem deixar aqui?
O menino diz que sim, mas que tem que consumir alguma coisa.
Ela emenda:
– Então tá, quando a gente vier, a gente fala com você!
… Tudo resolvido, todos felizes! A menina fez seu contato, a mulher garantiu o isopor do marido, o garçon ganhou popularidade! Eu e o Cadu chamamos, então, o garçon. Até então estávamos esperando e acompanhando o empoderamento desse grupo de mulheres. O garçon não ligou para nós… depois dessa, não seria tão fácil conseguir a atenção dele.