Onde tantos transitam
Transitam muitos interesses
Olhar, ver, perceber
Captar o momento, o rosto e as feições de quem passa
Então passa
Infinitamente maior do que o tempo do encontro
(cruzamento, não como o dos animais)
É o tempo eterno do nunca mais
Por isso o treino do desinteresse
O encontro, o momento de iluminação do belo transeúnte
é esmagado por todos os outros que passam,
pelo tempo posterior que o devora.
Mas o treino não funciona sempre
A vida procura vida
Os olhos procuram olhos
E sorrisos explodem sorrisos
Na metrópole está tudo o que se busca
Mas quase nada está ao alcance das mãos.