Generosos amores egoístas

28/02/12 – Hoje eu esperei o ônibus por 50 minutos. Tudo bem, fiquei puta, mas consegui manter o bom humor até quase 40 minutos de espera. Quando o bãs chegou perguntei pro motorista qual era a frequência do ônibus. “Meia em meia hora” – ele disse. Eu retruquei – “nem a pau, esse ônibus passa de meia em meia hora, tô aqui há uma hora (lógico que 50 minutos de espera é uma hora!) e o Edu Chaves, que passa de meia em meia hora, já passou quatro!!”

Daí entrei e tudo, passei na catraca, aquela coisa.

Nisso o motorista vai beeeeem devegarzinho, sem pressa, levando seu bãs e proseando com a bela senhora que estava no primeiro banco, o mais próximo do motorista. Era uma senhora negra, muito elegante, com um ar de tranquilidade, já devia ter bem mais que 60 anos, assim como o motorista.

Até aí, tudo ok, ele era um bom motorista, calmo, prestativo e conversador… ni qui a senhora desceu, ele começou a acelerar! Virou um louco, correu até!

Eu até achei bom, mesmo sendo medrosa, porque queria chegar logo (estava esperando há uma hora…).

Mas como julgar este senhor? Vai que ele espera todo dia (e toda noite) pelos deliciosos 30 minutos (ou 50) que ele passa ao lado daquela elegante senhora?! Vai que o motivo de viver dessa senhora seja aqueles exatos 50 minutos de cada dia…

Mas quando entrei no ônibus, reclamei… eu não sabia dessa história toda.